domingo, 14 de março de 2010

Novos horizontes, novos horizontes.


Infelizmente é com esse texto que vou começar a escrever por aqui nesse ano. Por enquanto só consigo copiar o texto, minha atual situação é reflexiva pra chegar a um consenso. Daí depois escrevo minhas conclusões acerca do mesmo. Quanto a imagem acima, todos conhecem a história de Ophelia apaixonada por Hamlet, acaba se suicidando presa nas teias da loucura, quadro de Millais.
A TRISTEZA PERMITIDA.

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.
(Marta Medeiros).

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Marasmo e indignação.


Tem muita coisa que estou pensando em colocar aqui mas acabo deixando pra depois e tudo se esvai da memória...e vejo 1 postagem por mês aqui..........marasmo....
Mas estava pensando que um blog é algo parecido com o ritmo da vida da pessoa que o escreve...ou seja, no meu caso, muito paradooooooo.........
Porém tenho planos, idéias, que quero, QUERO MESMO, colocar em prática, agito, e entendam como quiserem, minhas intenções obscuras são minhas.
Eu estou indignada com um assunto pseudo filosófico sobre a sexualidade ou não sexualidade das pessoas, e até mesmo dos animais porque não? Mas isso está em processo de elaboração...vai levar alguns dias, mas sei que a idéia final é que eu não pretendo mudar mais por vergonha do que irão pensar.
Um baixista muito bom de thrash metal disse: Controle sua vida pela insanidade. O cara morreu de acordo com o ritmo dele, instantaneamente, Cliff Burton, e sinceramente vou perder tempo pra que? Quer submissão? Vá a uma sex shop e compre uma boneca inflável, ela só fará o que vc quiser, ou melhor, ela não fará nada, não há sentimentos, retribuição, afeto, prazer naquilo, frio como o plástico que a envolve.
Sinto muito decepcionar mas sou uma mulher de Vontades. Sou real, bem real para admitir minhas limitações, falhas e enfim...sou assim. Não sou feminista, sou a favor dos meus prazeres e satisfações.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Notre Voyage.



NOTRE VOYAGE

Ludov (Mauro Motoki)


N'attends
pasqu'une seule journée
pour faire ce que tu dois faire

Je prends tes mains
mes yeux dans tes yeux disent tout
C'est vrai, le paradis c'est ça

Pour commencer notre voyage
il faut que ta peur disparaisse
Que ton visage reçoive mes millions de caresses
Chaque fois la dernière
Il est vraiment necessaire que tu viennes

Ce sont ouverts
mon coeur, ma fenêtre
Mon amie, peut-être un jour

Nous nous rendrons compte
qu'il n'y a pas d'autre vie pour moi
qu'être ainsi près de toi

Pour commencer notre voyage
il faut que ta peur disparaisse
Que ton visage reçoive mes millions de caresses
Chaque fois la dernière
Il est vraiment necessaire que tu viennes

Arrête
Ce sabotage là
Je ne vois pas l'interêt
de se cacher de moi comme ça
de s'enfuir
c'est dommage
Le voyage est déjà fini
(Avant de commencer, c'est déjà fini)

sábado, 22 de agosto de 2009

Inocência.

Pensei em iniciar esse blog falando um pouco do passado, de como as coisas parecem fáceis, simples e perfeitas quando somos crianças e permanecemos sob a proteção de nossos pais. Tudo é tão colorido, morno e feliz...quando se é criança.
Ninguém julga seus atos pois quando se é criança seus atos e palavras são sinceros e ingênuos.
Ninguém ameaça sua integridade física ou moral, pois a criança é a conexão com a esperança.
Quando se é criança se confia na benevolência dos adultos e se acredita que o mundo é um lugar de amor.
Não existe guerra, não existe morte, não sabemos o que é chorar pela perca ou pela mágoa quando somos crianças.
Os adultos responsáveis pelo nosso bem-estar nos dão amor, carinho e toda sorte de mimo, não temos consciência se existem sacríficios por trás dessas ações.
Vivemos em uma doce inconsciência, num sonho perfeito de conto de fadas. E nosso príncipe encantado nos colocou no mundo, desejando apenas que pudéssemos encontrar o amor verdadeiro e a felicidade na vida, desejando que encontremos um outro príncipe que o substitua no caminho da vida e da criança doce que tanto ninaram vêem surgir uma mulher amada nos braços de outro homem.
E quando os planos não dão certo??? Quem cuida das crianças??? Quem as conforta??? O que se faz com a metade que restou depois de uma perca???
Como uma criança pode sobreviver sem sua metade primordial??? Sem o único amor sincero e realmente gratuito da vida?
Como começamos uma nova vida depois de conhecer a perca? Quantas percas mais na vida teremos que reviver, o mesmo instante do tenebroso adeus...